sábado, julho 22, 2006

Aldeia Tibá

Na aldeia Tibá existem 35 familias cadastradas. A maioria vive em residências fixas, poucos saem apenas transitam entre a vila e a aldeia. As familias que predominam são as do Braz, Ferreira, Alves, Conceição, Santos, Cuz, Santana e Fragoso. Em sua maioria, esses indígenas, nasceram próximo aos rios do SuL, do Peixe, Caí, Imbassuaba, Pixane, Corumbau, e Ribeirão, todos na região de Cumuruxatiba ou Barra Velha.

Após a retomada do Pequi e conseqüente expulsão dos índios pelo fazendeiro, os Pataxó, direcionaram as retomadas para áreas localizadas dentro do Parque Nacional do Descobrimento. A primeira ocupação foi a da Aldeia Tibá em 2003, local que antes da implantacão do Parque chamava-se Brasília. O cacique que liderou a ocupação foi Zé Chico (Timborana), acompanhado de Zé Bete e mais 20 lndios Pataxó. Atualmente o cacique da Aldeia Tiba é o José Bete, que se mantém desde a retomada.

Utilizam uma farinheira construída com apoio da FUNAI para fazer farinha de puba (cuiuna de caboclo), farinha de guerra (fina para venda externa), tapioca e bolo de tapioca (enrolado em folha de patioba).

Contam com uma escolinha indígena construída com esforço da comunidade e com um professor mantido pela Prefeitura de Prado.

Os Pataxó do Tibá tem nos mais velhos a segurança dos ensinamentos sobre a utilização das plantas para cura, a transmissão da língua e rituais ainda lembrados, como é o caso da índia Zabelê, que repassa constantemente seus conhecimentos a todos de sua aldeia. "Ela sempre brigou para nós usarmos o tupsai e mostrarmos nossa cultura, e não ter vergonha de ser indios" (filha de Zabelê em entrevista 10/2005)

O cacique afirma que não caçam na área do Parque, a não ser que não tenham escolha, ou seja, que não tenham o que comer. Caso isso aconteça, encontram tatu, paca e alguns tipos de pássaros.

A água que abastece a aldeia é a do rio do Peixe, de onde também retiram seu pescado.

Tanto o Tibá quanto as outras áreas escolhidas para ocupação dentro do PND já estavam muito desmatadas. No caso dessa aldeia os indígenas escolheram locais que já estavam queimados e desmatados para colocar as roças de mandioca, melancia, banana, feijão, milho, mamão, e outras árvores frutíferas da região. Segundo o cacique, seu grupo já replantou mais de 500 mudas de árvores nativas que produzem sementes para o artesanato. Mesmo assim, sofrem com a pressão do IBAMA, que tentam impedi-los de plantar.

Recentemente araram uma area para plantar melancia e foram reprimidos pelo IBAMA, caso que culminou em uma perícia da Policia Federal.


Texto extraído do Estudos de "Fundamentação Antropológica necessários a identificação e delimitação da Terra Indígena de Comexatiba (Cahy/Pequi) da Antropóloga - Leila Silvia Burger Sotto-Maior

1 Comments:

At 10:22 AM, Blogger Julio said...

Bom dia!

Como eu faço para entrar em contato com a família de Dona Zabelê, na Aldeia Tibá?

Grato.

Julio Cézar Chaves

 

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